domingo, 5 de dezembro de 2010

NEOPLASIAS

Neoplasia (neo= novo + plasia = tecido) é o termo que designa alterações celulares que acarretam um crescimento exagerado destas células, ou seja, proliferação celular anormal, sem controle e autonomia, na qual reduzem ou perdem a capacidade de se diferenciar, em consequência de mudanças nos genes que regulam o crescimento e a diferenciação celulares. A neoplasia pode ser maligna ou benigna.


Malignos
Exemplos de neoplasia maligna:
Adenocarcinoma
Carcinoma de células escamosas (tecidos epitelial ou conjuntivo)
Carcinoma broncogênico
Teratoma maligno

BenignosExemplos de neoplasia benigna:
Lipoma
Adenoma
Teratoma benigna

Termos com o sufixo -plasia
(Ana)plasia - desdiferenciação
(Hiper)plasia - proliferação fisiológica
(Neo)plasia - proliferação anormal


(Dis)plasia - maturação anormal
(Meta)plasia - conversão de tipo celular

INFARTO

m infarto é definido como uma lesão tecidual isquêmica irreversível, isto é, devida à falta de oxigênio e nutrientes, geralmente associado a um defeito da perfusão sanguínea. Esta situação vai levar à morte celular, a qual vai desencadear uma reação inflamatória local. Nem todos os infartos são detectados clinicamente, pois alguns não condicionam alterações funcionais significativas (micro-infartos), sendo apenas detectados através da dosagem de enzimas marcadoras de necrose. O infarto mais conhecido é o infarto do miocardia (In). O infarto cerebral é chamado acidente vascular cerebral (AVC).

EMBOLIA

É denominada embolia a obstrução de um vaso pelo deslocamento de um êmbolo até o local da obstrução, que pode ser um trmbo, tecido adiposo, ar ou um corpo estranho. A obstrução do vaso pode levar a complicações mais evidentes a jusante, no caso de embolias em arterias a montantes, no caso de acometimento de veias ou vasos linfaticos.
A causa mais comum e evitável de morte em pacientes hospitalizados é o tromboembolismo pulmonar. A maioria dos casos é provocada por êmbolos que surgem de trombose de veias profundas das pernas e o diagnóstico é difícil porque dão sintomas incaracterísticos e a maioria dos casos é de resolução espontânea. As consequências clínicas do embolismo pulmonar dependem da extensão do bloqueio vascular pulmonar e do tempo de evolução.
A embolia aérea geralmente resulta de entrada de ar acidental no sistema venoso durante uma injeção endovenosa ou transfusão. Bolhas de gás podem se formar também na corrente sanguínea durante o mergulho a grandes profundidades.

TROMBOSE

Trombose é a formação de um  coágulo de sangue no interior de um vaso sanguineo. Tromboembolia seria o termo usado para descrever tanto a trombose quanto sua complicação que seria o embolismo.
Geralmente, a trombose é causada devido a uma anomalia em um ou mais itens da abaixo relacionados:
  1. Composição do sangue (hipercoagulabilidade)
  2. Qualidade das paredes venosas
  3. Natureza do fluxo sangüíneio (hemodinâmica)

HEMORRAGIA

Hemorragia  é a perda de sangie do sistema circulatório. A resposta inicia do sistema cardio-circulatorio à perda aguda de sangue é um mecanismo compensatório, isto é, ocorre vasoconstrição cutânea, muscular e visceral, para tentar manter o fluxo sanguíneo para os rins, coração e cérebro, órgãos mais importantes para a manutenção da vida. Ocorre também um aumento da freqüência cardíaca para tentar manter o débito cardíaco Assim, a taquicardia é muitas vezes o primeiro sinal de choque hipovolêmico. Como as catecolaminas provocam um aumento da resistência vascular periférica, a pressão diastólica tende a aumentar, ficando mais próxima da pressão sistólica. A liberação de outros hormônios nesta fase faz com que a pessoa fique extremamente pálida, com o coração disparado (taquicardia), e com o pulso fino e difícil de palpar (a pressão de pulso é dada pela diferença entre a pressão sistólica e diastólica). Apesar de todo este mecanismo compensatório, existe um limite além do qual o organismo entra em falência.

HIPEREMIA

Aumento do volume de sangue em um determinado local do organismo. Pode ser:
- Ativa ou arterial (aumento de fluxo);
- Passiva ou venosa (diminuição do retorno venoso).

Hiperemia Passiva: Na insuficiência cardíaca direita temos uma falência do ventrículo direito, que mesmo depois da contração permanece com sangue no interior. O fluxo vindo na diástase encontra o ventrículo parcialmente cheio, e se acumula, indo em direção contrária (congestão). Pode ocorrer também por obstrução (compressão da femoral, cirrose retendo sangue no sistema porta).

Hiperemia Ativa: Exercícios aumentam o fluxo sangüíneo para os músculos. Durante a digestão também há aumento de fluxo (aumento de metabolismo). Em traumatismos também temos aumento de fluxo por liberação de histamina, serotonina. Situações emocionais desencadeiam rubor facial, por estimulação nervosa de vasos periféricos. OBS.: Não existe substrato morfológico de hiperemia ativa, pois não fica sangue nas veias quando tiramos uma amostra de tecido.
A manifestação nos órgãos é o aumento de volume, tanto na hiperemia ativa quanto na passiva, pelo maior fluxo de sangue. Observamos cor avermelhada na pele em ambos os tipos de hiperemia (em órgãos internos pode não ocorrer). Quando temos cianose na hipermia passiva, o sangue fica mais escuro.
Na hiperemia ativa temos aumento da temperatura, pois aumenta o fluxo nos vasos, mas a perda de calor continua a mesma. Na hipermia passiva a temperatura fica estável ou diminui, pois diminui a chegada de sangue e a perda de calor continua a mesma. Na hiperemia passiva temos diminuição do oxigênio, gerando atrofia, e como o aumento da pCO2 estimula os fibroblastos, tem-se fibrose (observada no fígado e em edemas, ambas situações com insuficiência cardíaca). Na hiperemia ativa há aumento de oxigênio e nada acontece.

Hiperemia reativa pode ser observada na ascite, que é o acúmulo de líquidos na cavidade abdominal, com compressão de vasos abdominais. Quando há uma retirada brusca desta ascite, diminui a volemia e há uma dilatação dos vasos com aumento da permeabilidade vascular, reconstituindo a ascite. Não se pode descomprimir subitamente esses vasos, e a ascite deve ser retirada aos poucos.

CONGESTÃO


Congestão é um aumento local do volume de sangue em um determinado tecido, este aumento é de forma passiva, resultante de um retorno venoso ineficiente. Este fenômeno pode ser sistêmico, como na insuficiencia cardiaca, ou local, obstrução venosa isolada. A congestão pode ser aguda ou crônica (varizes). pode ser dividida também em local ou focal.

EDEMA



Edema refere-se a um acúmulo anormal de líquido no espaço intersticial devido ao desequilíbrio entre a pressão hidrostática e osmótica. É constituído de uma solução aquosa de sais e proteínas do plasma e sua composição varia conforme a causa do edema. Quando o líquido se acumula no corpo inteiro diz-se que é um edema generalizado. Podemos dizer que quando um edema se forma é sinal de doença, que pode ser cardíaca, hepática, desnutrição grave, hipotireoídismo, obstrução venosa e ou linfática.


Edema Localizado

São edemas que comprometem um território do organismo ou órgão. Resultam de distúrbios locais. -exemplo: edema inflamatório.

Edema Generalizado
Edema generalizado ou anasarca, acontece quando o mesmo se espalha por todo o corpo e nas cavidades pré-formadas. Pode ocorrer também dentro do abdômen ascite e dentro do pulmão (edema pulmonar ou derrame pleural).
Por ocasião de qualquer tipo de edema, em qualquer localização, sua presença faz diminuir a velocidade da circulação do sangue, assim prejudicando a nutrição e a eficiência dos tecidos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Hipoparatireoidismo

Deficiência de hormônio da paratireóide.

As glândulas paratireóides estão localizadas na frente e na base do pescoço ao redor da glândula tireóide. Estas glândulas produzem o hormônio da paratireóide, o qual regula o equilíbrio de cálcio, fósforo e magnésio no sangue e a mineralização normal dos ossos.

Sem quantidades suficientes de hormônio da paratireóide, o nível de cálcio no sangue cai e causa sintomas e problemas. O hipoparatireoidismo pode ser causado por um distúrbio genético; ausência congênita das glândulas paratireóides; remoção acidental ou lesão das glândulas paratireóides durante uma cirurgia para remover a glândula tireóide ou outra cirurgia do pescoço; irradiação massiva na glândula tireóide ou deficiência de magnésio.

Os fatores de risco incluem cirurgia recente da tireóide ou pescoço; antecedentes familiares de distúrbio da paratireóide ou antecedentes de certos distúrbios endócrinos autoimunes tais como a doença de Addison. A incidência é de 4 em cada 100.000 pessoas.

Fibrose Cardíaca Chagásica

A evolução das formas clínicas cardíacas da doença de Chagas está bem caracterizada por meio de estudos clínicos e experimentais, sendo classificada em forma aguda, forma indeterminada e cardiopatia chagásica crônica, a qual engloba a miocardiopatia chagásica e a forma arritmogênica da doença, distúrbios da condução átrio ventricular e/ou intraventricular com função ventricular preservada ou pouco alterada.

FASE AGUDA

Na fase aguda da doença de Chagas observa-se, na maioria dos casos sintomáticos, febre, dor muscular, irritabilidade, conjuntivite, anorexia, vômitos, diarréia, linfadenopatia, hepato-esplenomegalia, miocarditeanemia, trombocitopenia, leucocitose com predominância de linfócitos, funcionamento anormal do fígado e níveis elevados de enzimas cardíacas. Em resultado a esta infecção, o hospedeiro desenvolve ao final de algumas semanas uma resposta imune específica sem que, no entanto, os parasitas sejam completamente erradicados. De qualquer forma, esta resposta imune forte e específica associada à resposta imune inata controla a infecção aguda evoluindo para a fase crônica.

FASE CRÔNICA

envolvimento cardíaco na doença de Chagas é a forma mais grave, ocorrendo em 30-40% dos indivíduos infectados. Aproximadamente 70% dos indivíduos infectados não desenvolverão doença clínica e permanecerão na chamada forma indeterminada da doença e terão bom prognóstico em longo prazo.

É clinicamente evidente e pode incluir taquicardia, disfunção bi-ventricular severa, insuficiência cardíaca progressiva, distúrbios graves da condução atrioventricular e intraventricular, arritmias ventriculares complexas, fenômenos tromboembólicos e cardiomegalia com elevados índices de morbidade e mortalidade, seja por falência miocárdica ou por morte súbita. Histologicamente se verifica uma miocardite linfocitária difusa, escassos ninhos de parasitas, fibrose intersticial difusa e atrofia dos miócitos.

domingo, 24 de outubro de 2010

Artrite reumatóide

 
Doença inflamatória crônica que afeta principalmente as articulações e os tecidos que as envolvem.
A causa da artrite reumatóide é desconhecida, mas fatores endócrinos, genéticos e infecciosos podem ter influência. A doença pode ocorrer em qualquer idade, mas o pico de incidência de início da doença é entre 25 e 55 anos de idade. As mulheres são afetadas 3 vezes mais freqüentemente que os homens. A incidência aumenta com a idade. Aproximadamente 3% da população é afetada. O curso e a gravidade da doença podem variar consideravelmente. 
O início da doença é geralmente lento, com fadiga, perda de apetite, fraqueza e sintomas musculares vagos. Eventualmente aparece dor articular com calor, inchaço, sensibilidade e rigidez após a inatividade da articulação. Inicialmente a doença afeta algumas articulações, mas progride lentamente para muitas outras articulações. A princípio, a artrite reumatóide afeta a sinóvia, que se torna inflamada e secreta mais líquido. Mais tarde, a cartilagem é afetada e se torna áspera e cheia de cicatrizes.
As articulações geralmente são afetadas em um padrão simétrico, afetando ambos os lados do corpo de igual maneira. As mãos, punhos, cotovelos, ombros, joelhos, tornozelos são afetados com maior freqüência. As deformidades características resultam da destruição da cartilagem e dos tecidos de apoio ao redor dos ossos. Ocasionalmente, os quadris, o queixo e o pescoço podem ser afetados. 
 

REPARO

REPARO TECIDUAL

O Reparo é uma resposta natural do corpo à injuria e envolve uma sequência de eventos altamente independentes que se sobrepõe no tempo. O reparo de um tecido pode ser dividido em três fases, sendo elas a INFLAMATÓRIA, A PROLIFERATIVA E A REPARADORA. É importante enfatizar que problemas que impeçam ou atrasem o processo de reparo podem causar sérias complicações clínicas impondo a necessidade de remover o implante.

sábado, 18 de setembro de 2010

Pigmentação

      Substâncias de composição química e cores próprias, amplamente espalhadas na natureza, também encontradas nas células e tecidos, sob a forma de grânulos, alguns com importantes funções, mas que em determinadas circunstâncias podem constituir causa ou efeito de alterações funcionais.
Pigmentos endógenos: Oriundos de substâncias que fazem parte da organização corporal, sendo produtos específicos da atividade celular. Substância corada que é produzida dentro e pelo próprio organismo. Pigmentos exógenos: Oriundos do exterior, que introduzidos no organismo por ingestão, inalação ou inoculação, se depositam nos tecidos, funcionando como corpos estranhos, sendo fagocitados por macrófagos ou drenados por vasos linfáticos.

PIGMENTAÇÕES PATOLÓGICAS EXÓGENAS

De acordo com a via de introdução do pigmento no organismo:

* Via inoculação (cutânea):

- Tatuagem: intrduzidos por agulhas com propósitos decorativos ou identificadores.

*Via ingestão (oral):
- Argirismo ou argiria: Intoxicação com sais de prata.
- Plumbismo ou saturnismo: Intoxicação com sais de chumbo.
- Pigmentação bismútica: Intoxicação com sais de bismuto.
- Carotenose ou Lipocromatose exógena: A ingestão excessiva de pigmentos vegetais.

* Via inalação (respiratória):

- Pneumoconioses: são alterações pulmonares e de linfonodos regionais decorrentes da inalação de partículas provindas do ambiente

PIGMENTAÇÕES PATOLÓGICAS ENDÓGENAS

Patologia dos pigmentos autóctones:

1) Relacionados à Melanina e similares:
Melanina: Pigmento granular, amarelo, pardo ou negro, de natureza protéica, insolúvel nos solventes comuns, que não contem ferro nem gordura e resiste aos ácidos e álcalis, sendo entretanto destruído pela oxidação (H2O2). Dá cor escura à pele, ao cabelo, à íris, à retina, corpo ciliar e coróide, à mucosa oral de cães, aos cascos e chifres (conforme a raça).

2) Pigmentações patológicas relacionadas a lipofuscina e similares:
Acredita-se que a lipofuscina e similares sejam resultados de autofagia (consequência dos "Citossegresomos"). Assim, os lipídeos oriundos dos componentes celulares fagocitados seriam parcialmente digeridos no interior dos fagolisosomos produzindo os pigmentos. As variações tintoriais poderiam estar relacionadas com as fases do processo de autofagia.

3) Pigmentações patológicas hemoglobíneas :
A hemoglobina (Hb) é composta basicamente de uma proteína do grupo das histonas (globina) e de 4 grupos prostéticos derivados da síntese de porfirinas (Grupo Heme, cromático, tetrapirrólico). Este grupo Heme, por sua vez, é constituído de um grupo férrico (pigmentos ferruginosos) e de um grupo cromático isento de ferro (protoporfirina III). Isto explica por que tanto pigmentos ferruginosos quanto não ferruginosos podem ser formados a partir da Hb.

domingo, 5 de setembro de 2010

PROGERIA


A progeria é uma doença genética rara (uma criança em 4 milhões), ainda sem cura. As crianças com progeria envelhecem entre cinco e dez vezes mais rápido do que o normal. Elas perdem os cabelos, ganham rugas na pele e chegam a morrer por causa de arteriosclerose ainda na adolescência. Cientistas franceses e norte-americanos descobriram uma mutação genética que seria a causa deste envelhecimento precoce em crianças. Segundo eles, o estudo pode levar ã descoberta da cura para a doença e também a novas pistas sobre as conseqüências do envelhecimento em pessoas sadias.
O Gene mutante defeituoso, chamado LMNA, ativa a produção de uma proteína, a Lamin A, que desestabiliza o núcleo celular, afetando todas as células do corpo, com exceção das cerebrais.
Normalmente o núcleo tem uma estrutura circular, certinha, por causa desse defeito genético, o núcleo forma bolhas, que causam a instabilidade e levam à morte das células.
O entendimento do funcionamento deste gene permitirá, não somente a cura para os casos de progeria, com também, compreender o que acontece no corpo humano conforme as pessoas ficam mais velhas.

Envelhecimento Celular

       O envelhecimento ocorre em todos os níveis celulares do organismo, sendo que cada tecido apresenta suas particularidades da danificação de moléculas, células e tecidos, os quais gradativamente perdem a capacidade de se adaptar ou de reparar um dano.
      O envelhecimento pode ser definido como um processo deteriorativo progressivo e irreversível, característico da maioria dos sistemas e que, por ser progressivo, há uma grande probabilidade de morte, seja de uma célula, um tecido, um órgão ou mensmo de um individuo. É um processo muito complexo influenciado pela estrutura genética do individuo, estilo de vida e do meio ambiente

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Distúrbios da pigmentação


Melasma

O melasma aparece sobre a face (geralmente na fronte, bochechas, têmporas e maxilas) como um grupo grosseiramente simétrico de áreas pigmentadas castanho-escuras que freqüentemente são bem delineadas. O melasma ocorre sobretudo durante a gravidez (máscara gravídica) e também pode ocorrer em mulheres que utilizam contraceptivos orais. O escurecimento geralmente diminui um pouco após a mulher dar à luz ou suspender o uso do contraceptivo oral. As pessoas com melasma podem utilizar filtros solares sobre as áreas escuras e evitar a exposição ao sol para prevenir a piora do quadro. Quando aplicadas durante um longo tempo e de forma regular, certas pomadas que exigem prescrição médica podem clarear as manchas escuras.

calcificação patológica

A calcificação patológica constitui um processo mórbido de origem nas alterações metabólicas celulares. Essas alterações induzem a uma deposição anormal de sais de cálcio e outros sais minerais heterotopicamente, ou seja, em locais onde não é comum a sua deposição. Em outras palavras, a calcificação patológica é assim definida por se localizar fora do tecido ósseo ou dental, em situações de alteração da homeostase e da morfostase. O mecanismo das calcificações patológicas segue o mesmo princípio das calcificações normais, ou seja, sempre deve se formar um núcleo inicial, principalmente de hidroxiapatita, que no caso é heterotópico. Esse núcleo pode, por exemplo, iniciar-se nas mitocôndrias, sede celular dos depósitos normais de cálcio na célula, quando esta entra em contato com grandes concentrações desse íon no citosol ou no líquido extracelular.
Dependendo da situação envolvida em cada alteração funcional ou morfológica do tecido, podem-se distinguir três tipos de calcificação heterotópica: distrófica, metastática e por litíase.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

NECROSE


A necrose é a morte de uma célula ou a parte de um tecido em um organismo vivo, e é a manifestação final de uma célula que sofreu lesões irreversíveis, ou seja, parada definitiva das funções orgânicas e dos processos reversíveis do metabolismo.
É uma doença causada após uma lesão corporal exposta aos seguintes fatores:
-Agentes físicos: ação mecânica, temperatura, radiação, efeitos magnéticos;
-Agentes químicos: compreendem substâncias tóxicas e não-tóxicas. Ex.: tetra cloreto de carbono, álcool, medicamentos, detergentes, fenóis etc.
-Agentes biológicos: Ex.: infecções viróticas, bacterianas ou micóticas, parasitas etc.
Vale dizer que é natural que a célula morra, para a manutenção do equilíbrio tecidual. Nesse caso, o mecanismo de morte é denominado de "apoptose" ou "morte programada".
Diante das diversas formas de manifestação da necrose, existem inúmeras classificações para os seus diferentes tipos:
Necrose por coagulação (= isquêmica): causada por isquemia do local.
Necrose por liquefação: o tecido necrótico fica limitado a uma região, geralmente cavitária, havendo a presença de grande quantidade de neutrófilos e outras células inflamatórias (os quais originam o pus).
Necrose caseosa: tecido esbranquiçado, granuloso, amolecido, com aspecto de "queijo friável".
Necrose fibrinóide: o tecido necrótico adquire uma aspecto hialino, acidofílico, semelhante a fibrina.
Necrose gangrenosa: provocada por isquemia ou por ação de microrganismo. Pode ser úmida ou seca, dependendo da quantidade de água presente.
Necrose enzimática: ocorre quando há liberação de enzimas nos tecidos; a forma mais observada é a do tipo gordurosa, principalmente no pâncreas, quando pode ocorrer liberação de lipases, as quais desintegram a gordura neutra dos adipócitos desse órgão.
Necrose hemorrágica: quando há presença de hemorragia no tecido necrosado; essa hemorragia às vezes pode complicar a eliminação do tecido necrótico pelo organismo.

MORTE CELULAR POR APOPTOSE

Apoptose, ou morte celular programada, é um processo essencial para a manutenção do desenvolvimento dos seres vivos, sendo importante para eliminar células supérfluas ou defeituosas. Durante a apoptose, a célula sofre alterações morfológicas características desse tipo de morte celular. Tais alterações incluem a retração da célula, perda de aderência com a matriz extracelular e células vizinhas, condensação da cromatina, fragmentação internucleossômica do DNA e formação dos corpos apoptóticos.
O desenvolvimento e a manutenção dos organismos multicelulares dependem de uma interação entre as células que o constituem. No desenvolvimento embrionário, muitas células produzidas em excesso são levadas à morte, contribuindo para a formação dos órgãos e tecidos. Durante muito tempo, a morte celular foi considerada um processo passivo de caráter degenerativo, que ocorre em situações de lesão celular, infecção e ausência de fatores de crescimento. Como conseqüência, a célula altera a integridade da membrana plasmática, aumenta o seu volume e perde as suas funções metabólicas. Entretanto, nem todos os eventos de morte celular são processos passivos. Organismos multicelulares são capazes de induzir a morte celular programada como resposta a estímulos intracelulares ou extracelulares.
Autofagia é um processo adaptativo conservado evolutivamente e controlado geneticamente. Ela ocorrem resposta a um estresse metabólico que resulta na degradação de componentes celulares. Durante a autofagia, porções do citoplasma são encapsuladas por membrana, originando estruturas denominadas autofagossomos. Estes irão se fusionar com os lisossomos. A seguir, o conteúdo dos autofagossomos será degradado pelas hidrolases lisossomais.
Controle Genético da Apoptose

sábado, 14 de agosto de 2010

Hipóxia

A hipóxia ou deficiência de oxigênio, interfere na respiração aeróbica oxidativa e é uma causa comum e extremamente importante de lesão e morte celular.Ela deve ser diferenciada da isquemia, que é a perda do suprimento sangüineo devido à obstrução do fluxo arterial ou redução da drenagem venosa de um tecido. Enquanto a isquemia é a causa mais comum de hipoxia, a deficiência de oxigênio pode resultar também da oxigenação inadequada do sangue, como a pneumonia ou redução da capacidade do sangue em carrear oxigênio, como na anemia ou no envenenamento por monóxido de carbono(CO).

Distúrbios Genéticos

 Distúrbios genéticos como causa de lesão celular são de grande interesse para os cientistas e médicos atualmente. a lesão genética resulta em um defeito tão grave como uma malformação congênita associada com a´Síndrome de Down, causada por uma anormalidade cromossômica, ou tão sutil a ponto de reduzir a vida dos eritrócitos devido a substituição de um único aminoácido na hemoglobina S, na anemia falciforme. Os vários erros inatos do metabolismo decorrentes de anormalidades enzimáticas, geralmente a falta de uma enzima, são excelentes exemplos de dano celular causado por uma alteração em nível de DNA. As variações na composição genética também podem influenciar a suscetibilidade das células a lesões por substâncias químicas e outros atques ambientais.